sexta-feira, 16 de março de 2012

Esperançador do Futuro

Amigos:


Sei que a maioria de vcs não vai acreditar, mas, mesmo assim, cumprirei a minha missão.

Estou escrevendo esta mensagem do futuro, mais especificamente do dia 21 de outubro de 2018,e a minha missão é levar uma mensagem de esperança e incentivo aos meus amigos pais de família.

Eu, assim como vocês que têm filho, sofria muito com a difícil tarefa de carregar minha filha, a Maria Cecília, de baixo pra cima e de cima pra baixo, no colo.

Só o amor que sentia (e sinto) por ela é que talvez possa explicar como eu agüentava carregar aquela menina “graúda”. Vocês, com filhos maiores ou menores que ela, com certeza sentem a mesma dor nos braços, nas costas e no joelho. Os braços, às vezes, parecem que tão queimando de tanta força que se faz e a coluna chega a travar.

Lembro como se fosse ontem de um determinado dia, mais especificamente um Domingo de fevereiro (acho que era dia 20), em que levar a Maria Cecília debaixo de um sol escaldante para o mercado, e que não tinha jeito de negociar com ela que sempre vinha com o mesmo papo: “Tô cansada papai. Leva di colo.”.

Também lembro que nessa época, desculpem o linguajar, era foda voltar com ela da escola, porque, além dos 20 Kg, eu tinha que me desdobrar com ela em um braço, e a mochila no outro – isso quando não tinha que usar o guarda-chuva.

E não tem jeito, isso é coisa pra pai fazer. Era só o que faltava: eu, desse tamanho, deixar que a Ana ficasse carregando a Maria Cecília.

Pois bem, como já disse, a minha missão aqui no passado é encher-lhes de esperança, incentivo, no sentido que perseverem nesse tipo de cuidado a seus filhos. Enfim, para dizer que VALE MUITO À PENA TÊ-LOS CARREGADO NO COLO ESSE TEMPO TODO.

Não, não, calma aí – estou em 2018 e nossos filhos ainda não têm dimensão do quanto nos dedicamos a eles, carregando-os até as costas e os braços não agüentarem mais. Aliás, sobre isso (o tamanho do trabalho que eles nos deram), assim como aconteceu com a gente, eles somente terão mais consciência quando forem pais também, e tiverem que carregar as suas crias, por exemplo, nos shoppings e parques da vida.

Quando quero dizer que VALEU A PENA, estou me referindo a uma coisa mais simples. Na época em que vcs vivem eu não tinha dimensão, mas carregar a Maria Cecília de baixo pra cima foi me dando um condicionamento físico invejável. Vcs não podem imaginar como um exercício banal como carregar os filhos, AO LONGO DE, APROXIMADAMENTE, 10 ANOS, esculpiram o meu corpo.

Pois é, a Maria Cecília já está com 11 anos e, apesar de estar com o tamanho da mãe dela, ainda vêm com aquele velho papo de que “tá cansada”, e de que “quer colo”.

Mas, enfim, como uma imagem serve mais do que mil palavra, a fim de servir de motivação para vcs, naqueles momentos em que vcs pensam – “Puta que pariu, não agüento mais, minhas costas vão estourar!”, ou então, “Ai, caralho, já não tenho mais posição pra segurar essa criança” – lembrem-se: vc não está apenas cuidando bem do seu filho – vc está cuidando também do seu corpo:

Segue relação das fotos, com uma pequena explicação:

Quermesse/Junho de 2017: Essa foto foi tirada na saída da escola da Maria Cecília. Era uma festa junina e, apesar de já estar com 10 anos, como vcs podem notar, a Maria Cecília ainda pede colo. Ao fundo vcs conseguem ver a fogueira de São João.REPAREM COMO EU ESTOU MAIS MAGRO, ALIÁS, MAIS FORTE.


Quermesse/Junho de 2018: Essa foto foi tirada 1 ano depois. Vcs podem reparar que a Maria Cecília está maior, com 11 anos, mas ainda pede pra eu levá-la no colo – e percebam pela minha cara que eu nem ligo mais, porque uso isso pra me manter em forma.




Boqueirão/2016: Fotos tiradas nas Férias de 2016 na praia do Boqueirão em Praia Grande. Nessas fotos eu estava no auge da minha forma física e reconheço que estava um pouco exibido demais. Mesmo assim encaminho a vcs para que tomem consciência das maravilhas que carregar crianças no colo pode fazer com os seus corpos.




Boqueirão/2016: Essa foto também foi tirada no Boqueirão, na Praia Grande. Nessa foto eu estou cumprimentando um amigo, o Franz. O Franz é um alemão que fala com um sotaque engraçado pra caramba. Ele lutou pela Alemanha na 2ª Guerra Mundial, e eu, só pra sacanear, cumprimentei ele desse jeito. O foda é que essa foto marcou o fim da nossa amizade – ele não gostou muito da brincadeira, gritou em alto e em bom som, pra quem quisesse ouvir na praia, que o meu bilau tinha “encroado” de tanta “bomba”, eu também não gostei daquela calúnia e a gente não se falou mais desde então.

Espero ter cumprido a minha missão.

Abraços, FORÇA e “hasta la vista, babe”.

R.S. Jorge - ex-Conan, The Barbarian